O dispositivo intrauterino de cobre, conhecido como DIU de cobre é um método contraceptivo não hormonal com cobre de uso intrauterino. No Brasil há dois tipos DIUs medicados com cobre: O T380A é um dispositivo plástico em forma de T, com cobre envolvendo a haste vertical e partes do braço horizontal. Este DIU contém 380mm2 de área de cobre, mede 36 mm em sua haste horizontal e tem duração de 10 anos. Há também o Multiload 375, que também apresenta uma haste vertical com cobre, porém o braço é mais côncavo. O Multiload é menor, tem 29mm e dura menos tempo, 5 anos. Assim, quando você for colocar um diu de cobre, preste atenção de qual DIU está sendo inserido.
O DIU de cobre deve ser inserido no útero pelo médico. O DIU de pode ser colocado em qualquer dia do ciclo desde que se tenha uma certeza razoável de que você não está grávida. Podemos considerar certeza razoável em 3 situações. O primeiro é quando inserimos até o sétimo dia do ciclo menstrual, o segundo é quando a mulher fala que está sem relação sexual no mês prévio a inserção, com menstruação normal e por último quando há uso consistente de qualquer método contraceptivo confiável. Em caso de pós-parto: até 48 horas do parto ou após 4 semanas. Em caso de aborto, pode se colocar imediatamente após a curetagem ou aguardar a menstruação seguinte. É mais fácil colocar com a mulher menstruada, pois o orifício interno do colo oferece menor resistência. A inserção deve ser feita de maneira asséptica.
A eficácia é alta, com falha do DIU-cobre em torno de 0,8/ano, ou seja, 8 gravidezes em cada 1000 mulheres que usam o DIU-cobre. Esta taxa de falha é com DIU de cobre T380A. O Multiload tem uma eficácia inferior ao T380A, com uma taxa de falha em torno de 1%.
A taxa de expulsão após inserção é de 5%, ou seja, a cada 100 mulheres que colocam o diu de cobre, 5 podem expulsar o DIU. Não há diferença entre as taxas de expulsão de nulíparas e multíparas. Já a taxa de perfuração uterina com o DIU é de 0 a 1,3%, geralmente é de 1 caso a cada 1000 inserções.
Uma dúvida comum é se o DIU aumenta risco de infecção. Hoje em dia, os fios dos DIUs disponíveis no Brasil são monofilamentares, o que acaba com esta possibilidade de colonização e ascensão. Porém na inserção do DIU, como qualquer procedimento que ultrapassa o orifício, há aumento de infecção nas primeiras 3 semanas pós-procedimento. De 3 semanas a 8 anos, não há aumento do risco de infecção comparado com o não uso de métodos contraceptivos.
Uma outra dúvida é quanto a infertilidade: Em 2001, um grande trabalho comparou mulheres com infertilidade primária por causa tubária, mulheres com infertilidade quanto ao uso prévio de DIU para avaliar se existe associação entre uso prévio de DIU e risco de infertilidade. Os autores não acharam qualquer associação entre uso prévio de DIU e risco de infertilidade.
O medo de uso DIU em nulípara se deve a dois motivos: medo de infecção e também de expulsão. No entanto, uma revisão bem interessante mostra que a expulsão do diu de cobre em nulíparas é perto de 5%, bem próxima da de mulheres que tiveram filho que é de 4,2%. Há um estudo que avaliou o comprimento da cavidade uterina de quem nunca ficou gravida e aquelas mulheres que já tiveram filho, mostrando que o comprimento da cavidade uterina é maior em quem já teve filho, mas ambas tem útero com tamanho suficiente para usar os DIUs disponíveis no Brasil. O mesmo grupo avaliou em outro estudo a taxa de expulsão a depender do tamanho da cavidade uterina e não acharam relação entre expulsão e tamanho de cavidade uterina, mostrando que outros fatores podem estar relacionados a expulsão do DIU.
Com relação aos pontos positivos, O diu de cobre é um Método de longa duração, com troca a cada 5 ou 10 anos, dependendo do tipo do modelo. Tem alta eficácia e é o método mais custo-efetivo que existe. Um ponto positivo que muita gente desconhece é que o DIU pode reduzir em torno de 40% o risco de câncer de colo uterino.
Já os pontos negativos, Além da chance baixa de perfuração uterina que é 1 a cada 1000 e de expulsão do DIU, em torno de 5% dos DIUs, três desvantagens são: maior chance de aumento do volume menstrual e de spottings, que melhoram com o tempo, especialmente após 6 meses, dor na inserção e aumento de cólicas, que em geral são leves, que melhoram com analgésico ou anti-inflamatório
Com relação a monitorização do DIU, a Organização mundial da saude manda que monitorizemos o DIU apenas com comprimento do fio do DIU por meio do exame ginecológico ou naquelas mulheres com queixas. Eu geralmente faço um ultrassom transvaginal depois da inserção e depois faço um 1 ultrassom transvaginal a cada ano. Enfim, espero que eu tenha ajudado você a conhecer mais um método contraceptivo. Se você quiser saber mais sobre outros métodos contraceptivos, se inscreva no meu canal para saber quando eu lançar outros vídeos. Lembre-se que esse vídeo não substitui uma boa consulta médica. Se você tem dúvida e precisa de ajuda para escolher o seu anticoncepcional, procure um ginecologista
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